Tudo começou quando recebi o prospecto da viagem para o Marrocos. Eu tinha acabado de chegar do passeio pelo Danúbio, Budapeste e Bucareste e tinha amado. Ainda estava em processo de descanso quando chega o prospecto da viagem. Jesus! Acabei de chegar! Noite no deserto? Não posso perder! E se me aparece um beduíno na calada da noite? Imediatamente confirmei. Tempo passando, viagem chegando e o medo. Medo do desconhecido. Estava indo sozinha, praticamente sem conhecer ninguém, como será o grupo? Foi dando uma ansiedade tal que quase cheguei a desistir. Fabiana insistiu e lá fui eu rumo ao desconhecido. Mas tudo se transformou quando conheci meus companheiros. Gente maravilhosa! Eu, com 78 anos, fui tratada como se eu fosse a rainha Elizabeth, juro. Marrocos é um país de contrastes. Começamos por Casablanca e eu tinha a impressão de cruzar com o Humphrey Bogart em cada esquina. Marrocos é um país de contraste. Da paisagem árida às palmeiras, do calor intenso aos picos nevados. Do silêncio do deserto ao frenesi de Marrakech. E para ver tudo isso haja pernas, e para o sobe e desce do ônibus, haja joelhos. Dormir no deserto do Saara é coisa de sonho, não tem preço. O céu parece ao alcance das mãos. Abri a janela e as 3 Marias estavam ali, tão perto, quase se podia toca-las. Os mais corajosos enfrentaram um passeio de camelo. Marrakech, a cidade vermelha e suas ruas caóticas. Se você acha uma feira confusa, imagine a Medina de Marrakech. Motos, bicicletas, turistas, vendedores, gatos, tudo junto e misturado, disputam o mesmo pedaço de rua e contrastam com a paz do jardim de cactos do museu do YSL. Sim, Marrocos é um país de contrastes! É mais que um destino, é uma experiência. O sabor, o cheiro, as cores, tudo nos transporta pra lá de Marrakech. Literalmente.














Guta Rezende viaja movida pela curiosidade e escreve guiada pela alma. Cronista de si mesma, transforma lembranças em narrativa e o cotidiano em poesia.