Maravilhoso é quando a vida nos surpreende com uma trajetória entre escolhas precisas e mudanças naturais de curso e, de repente, chegamos a um momento consistente de tranquilidade, como se nada pudesse nos tirar do eixo. Em uma conversa com Marianina Galante, para nossa série MEU TEMPO NO MUNDO, esse caminho nos pareceu ainda mais possível.
Depois de uma vida inteira dedicada ao Direito (ela é advogada, foi desembargadora e juíza federal por mais de 20 anos), Marianina tem outros focos. Ela agora celebra sua independência, começando com as caminhadas de cinco quilômetros todos os dias, a descoberta da ioga e da meditação e ainda outras forma de viver plenamente a maturidade!
Marianina Galante em foto por Victor Affaro
Esse estilo de vida ativo a surpreende também quando percebe que passou uma festa inteira dançando do lado da caixa de som. Na praia, usa biquíni e reconhece “Às vezes as pessoas me criticam. Eu nunca me vangloriei disso, mas talvez eu faça coisas que outras mulheres da minha idade não fazem e que para mim são muito naturais.”
Sobre a beleza na fase da maturidade ela também lida com naturalidade. “Nunca usei botox, acho artificial, não sei como ficaria. Tenho medo de me transformar e não me reconhecer. Eu vejo os sinais do tempo todos os dias de manhã quando acordo, mas eu me arrumo e me acho bonita. Acho que eu escuto tanto as pessoas me dizerem que estou bem e eu acabo me acostumando com essa ideia.”
No fundo, o segredo para essa jovialidade tão aparente e inspiradora seja mais do que a genética de uma família longeva, mas a energia de seu espírito pulsante. “Sinto que eu sou muito mais o que eu tenho por dentro. Os olhos espelham a alma da gente e eu espelho algo que eu sinto de verdade, um bem-querer, uma generosidade. Estou sempre sorrindo e transmitindo isso. Essa é a minha fonte de juventude.”
Parte do seu entusiasmo, que contagiou a todos no dia da entrevista, é o seu modo de viver a felicidade, que segundo ela “é um sentimento que tem a ver com inúmeros aspectos da vida. É importante se sentir livre, querida e saber amar. Ter autoconfiança, não se prender ao que os outros pensam”. Essas são basicamente conquistas que ela atribui à maturidade e também à meditação.
Aliás, foi numa viagem a Marrocos que ela se interessou mais pelo assunto e voltou determinada a estudar algumas técnicas. “A meditação tem um resultado surpreendente até mesmo mais do que qualquer religião ou estudo de espiritualidade. É uma forma maravilhosa de se conhecer, se centrar, saber controlar as emoções, de expandir a consciência e ir melhorando em todos os aspectos. Tenho feito vários cursos, mas adotei um esquema de meditação em casa que tem me ajudado até mesmo para não me irritar com alguém no trânsito. É incrível!”
Assim ela encontra tempo também para cultivar seus sonhos e ir atrás de cada um deles: “Sempre me imagino num lugar diferente. Sou viciada em viagens desde muito criança, quando ainda morava em Campinas e com 4 anos tinha vontade de conhecer o mar. Solteira, viajava com as amigas, ficávamos em pensionatos. Já casada, fazia muito o circuito Nova York, Londres, Paris. Também visitava bastante Portugal e Espanha. Agora, sozinha, comecei a fazer as viagens da minha vontade. Quis conhecer a Suíça e agora a ideia é ir para outros lugares um pouco mais complicados, como o Deserto do Atacama. Também quero ir ao Peru, para conhecer os lugares sagrados”.
Outra paixão são os vinhos. “Nos últimos 15 anos, todas as minhas viagens têm sido voltadas para as regiões vinícolas. Quis conhecer alguns dos maiores produtores de vinho do mundo na França, Espanha, Itália e também nos Estados Unidos, Chile e Argentina. Sempre faço uma pesquisa antes de descobrir essas regiões. Em Napa Valley e Carmel, na Califórnia, passei por vinícolas especiais até encontrar uma com o sobrenome da minha família, Galante. Fiquei muito curiosa, marquei uma visita e foi muito bom. Lá eles também cultivam rosas e o lugar é lindo. Guardo até hoje a garrafa de um cabernet sauvignon delicioso com muito carinho.”
Nossa conversa pareceu uma viagem no tempo e pelo mundo. A cada lembrança, desde o aroma de Tel Aviv, que ela não esquece, ao sabor do vinho que traz seu nome no rótulo, tudo pareceu valer a pena. E como!
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Vejam a seguir um trecho da entrevista da Marianina Galante:
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