Os efeitos das boas e más emoções sobre a saúde e a longevidade ainda é objeto de muitas pesquisas científicas. A raiva, o desprezo e a tristeza são capazes de trazer malefícios ao organismo? E a felicidade, a autoconfiança e a disposição influenciam de fato positivamente? Um estudo de mais de duas décadas, realizado por pesquisadores da Universidade de Bordeaux, na França, mostra que os sentimentos positivos estão associados, sim, à longevidade e os negativos não parecem ser um fator de risco à vida.
Os pesquisadores Kamel Gana, Guillaume Broc, Yaël Saada, Hélène Amieva e Bruno Quintard examinaram as relações entre os componentes do bem-estar subjetivo – que mede o índice de satisfação da vida, uma mistura de sentimentos positivos e negativos – e a mortalidade por todas as causas em adultos mais velhos.
A análise de tempo de sobrevivência foi aplicada aos dados de um grupo de 3.777 homens e mulheres, entre 62 e 101 anos, que foram avaliados dez vezes durante 22 anos. Fatores de pouca ou nenhuma variação (idade, sexo, linha basal da satisfação com a vida, diabetes e dosagem de colesterol) e fatores com muita variação (emoções positivas, emoções negativas, demência, autonomia e estado de saúde auto-avaliada) foram incluídos sequencialmente nas análises.
Quando agregados ao modelo estabelecido pelos pesquisadores, apenas as emoções positivas mostraram associação com a longevidade em 95% dos entrevistados. Os benefícios persistiram mesmo quando interagiram com os negativos e ajustados com as condições médicas anteriores, estado funcional e auto-avaliação. As emoções positivas provaram ser um fator de proteção independente das variações negativas.
Veja o estudo completo aqui (em inglês).
Artigo por Science Direct, na plataforma Plenae.