Aventurar-se pelo mundo é um sentimento cultivado por todos nós, que somos apaixonados por viagens. Mas é imprescindível ter conhecimento sobre os destinos antes de visitá-los, principalmente aqueles que pretendemos incluir em nossa programação e para onde levaremos nossos viajantes. Por isso, bem antes dos grupos da Donato embarcarem, precisamos ter a certeza de que o lugar escolhido tem todos os pré-requisitos para um roteiro com boas atrações, mas que também tenha a estrutura e o conforto que prezamos.
Pensando nisso, a Fabiana Donato foi pessoalmente conhecer um dos territórios mais singulares do mundo: o Uzbequistão. Na Ásia Central, países como esse costumam carregar um estigma por terem uma cultura tão diferente da nossa. Ter receio do desconhecido é natural, mas é importante se abrir para descobrir que surpresas positivas podem vir de onde menos imaginamos. Justamente para quebrar esses paradigmas, a Fabiana, que adora descobrir novos lugares e culturas, embarcou nessa viagem única. Aqui, ela nos conta o que encontrou de mais marcante durante seus 10 dias no Uzbequistão.
BLOG Donato: O que você pensou quando soube que iria ao Uzbequistão? Sua expectativa mudou conforme a viagem acontecia?
Fabiana Donato: A primeira coisa que eu pensei foi “o que eu vou fazer nesse país?”. Apesar de ter lido e estudado sobre o Uzbequistão, sentia uma certa insegurança porque não conhecia a região e não sabia o que esperar, o que iria encontrar e como seria a receptividade dos uzbeques. Mas quando cheguei lá, tudo que vi me surpreendeu. Durante a viagem, eu pude perceber quão seguro é o país e que as pessoas são muito educadas. A cultura e a história também são muito vistas durante os passeios, isso tudo enriqueceu minha experiência.
BLOG Donato: Quais as suas lembranças mais vivas da viagem?
Fabiana Donato: Os monumentos, que são realmente muito bonitos, com cores bem vivas. Sempre tínhamos em mente os “5 Ms”: madrassas, mesquitas, mausoléus, minaretes e mercados, que estão em todo lugar. Nessas construções, o contraste do ocre com os detalhes em tons de azul turquesa formam um visual inesquecível. Isso tudo me deixou deslumbrada. Em todas as cidades, a História está muito presente e o guia sempre nos passava essas informações. Ter um guia do próprio país fez toda a diferença, pois ele nos acrescentou informações das suas próprias vivências. Outro ponto marcante é a influência russa – que pode ser vista nas avenidas largas e floridas, principalmente na cidade de Tashkent, já que o país fez parte da União Soviética. Mas ao mesmo tempo valoriza sua própria cultura e suas crenças, muito vivas entre a população.
Uma das madrassas da Praça Registan em Samarcanda
Fabiana Donato na cidadela Ark em Bukhara
Mausoléu em Samarcanda
BLOG Donato: No coração da Rota da Seda, importante trajeto comercial entre Europa e Ásia, o Uzbequistão tem um passado grandioso. Ainda hoje, suas cidades têm uma atmosfera monumental, com templos e outras construções magníficas. Quais pontos você acha que não podem faltar em um roteiro para lá?
Fabiana Donato: Essa é uma pergunta difícil de responder, porque tudo é marcante. Cada monumento e cada cidade visitada tem suas características únicas. Mas uma visita que foi indispensável e que nos ajudou a entender a importância da Rota da Seda foi ao complexo arquitetônico Ichan – Kala, na cidade de Khiva. É um exemplo bem conservado da arquitetura muçulmana na Ásia Central e Patrimônio Mundial da Humanidade desde 1990. Lá pude conhecer profundamente as influências dos povos que passaram pelo país nos últimos séculos, como os mongóis e persas, entre tantos outros.
BLOG Donato: É comum associarmos os países da Ásia Central a certos costumes, como por exemplo o uso de vestimentas obrigatórias para as mulheres ou ao extremismo religioso. Felizmente, isso não acontece no Uzbequistão. Como foi sua experiência ao caminhar pelas ruas?
Fabiana Donato: Durante todo roteiro pelo Uzbequistão, nos sentimos muito seguros e tranquilos. Não existe restrição ao uso de vestimentas, nem para os turistas e nem para os locais. As mulheres lá não andam de burca e os homens também não usam as roupas típicas de países muçulmanos. Apesar de não ser um país rico, a educação é uma prioridade, por isso, sempre vimos as ruas limpas e as cidades bem organizadas.
Uzbeques caminhando perto de um mausoléu
BLOG Donato: Cada lugar no mundo tem um charme especial. A arquitetura do Uzbequistão, as estampas dos tecidos e sua arte revelam uma identidade estética muito peculiar. O que você trouxe na mala ou que recomendaria que as pessoas comprassem de lá?
Fabiana Donato: Existe muita coisa legal para comprar no Uzbequistão! Por exemplo, as cerâmicas pintadas à mão: vasilhas, pratinhos, bonecos e uma infinidade de opções. As peças de tecido também são lindas e feitas à mão com um bordado chamado Suzani, que é bem característico do país, com cores vibrantes e figuras alegres. Esse artesanato pode ser encontrado facilmente nas ruas, lojinhas e mercados. Uma peça que recomendo trazer são echarpes feitas com lã de camelo, que é diferente de qualquer outra: macia, não solta pelo, é leve e esquenta muito bem.
Artesão no mercado Taqi Sarrafon em Samarcanda
Almofadas e bolsas com o bordado Suzani
Cerâmicas e bonecos feitos à mão em Khiva
BLOG Donato: Como você definiria o povo uzbeque e sua cultura?
Fabiana Donato: É um povo muito receptivo, alegre, educado e curioso! Gostam de saber de onde os turistas são e sempre tentam alguma comunicação. A língua do país é o uzbeque, que lembra bastante o russo, e o inglês não costuma ser falado pelos locais. Mas mesmo assim, tentam se comunicar com a gente dos jeitos que puderem: fazem mímicas, mostram os produtos – quando estamos nos mercados – e se esforçam para quebrar essa barreira linguística.
BLOG Donato: Quais costumes achou mais diferentes e encantadores por lá?
Fabiana Donato: Principalmente nas cidades menores, os habitantes ainda não estão acostumados a receber tantos turistas, então eles acham muito interessante quando encontram alguém de outro país. Até pedem para tirar fotos – eu mesma saí em várias! Os casamentos também são parte muito importante das tradições uzbeques. Em cada local por onde passamos, vimos uns dois ou três casamentos. É muito encantador! Vimos os casais de jovens noivos saindo pelas ruas e praças para tirar fotos, com os convidados acompanhando esse movimento. E o mais curioso: os casamentos são feitos a todo tempo, em qualquer dia e horário da semana.
BLOG Donato: Sobre a culinária, você teve algum prato preferido? Como pode descrever os temperos de lá?
Fabiana Donato: Gostei bastante da comida de lá. Tem pratos que lembram a comida árabe, usando ingredientes como pepinos, tomates, além dos charutinhos e pastas árabes. Um ponto legal é que os uzbeques valorizam os modos de preparo tradicionais, usando panela de ferro fundido. O prato típico deles é o plov, uma comida que sustenta mas não é pesada, feita com carne de cordeiro e vegetais. No Uzbequistão, também se consomem muitas frutas – in natura e secas – que estão por toda parte nos mercados. Além de uma infinidade de pães salgados, que podem ser puros ou com algum tempero, como tomate seco e orégano.
Pães vendidos nos mercados do Uzbequistão
Frutas secas e nozes, comuns na culinária uzbeque
BLOG Donato: Acha que essa viagem causou alguma transformação em você? Algum pensamento vem quando lembra suas experiências nessa atmosfera tão cheia de vida e de História?
Fabiana Donato: Voltei com a mente e o coração mais abertos para entender melhor esses povos, que por muito tempo viveram isolados e que hoje ainda mantém seus costumes. Aprendemos a respeitar mais e dar atenção a essa região que não costuma ser muito procurada por turistas, talvez por falta de conhecimento. Mas é um destino que recomendo conhecer e que eu particularmente voltaria. O Uzbequistão é um país onde podemos vivenciar os costumes locais de uma forma única, totalmente diferente de ir para destinos da Europa, por exemplo.
BLOG Donato: Quem você gostaria de levar com você nessa viagem e por quê?
Fabiana Donato: Eu gostaria de levar o meu marido e meus filhos. Meu marido, que é mais conservador, para entender que o Uzbequistão é um lugar que merece ser visitado e tenho certeza que ele iria gostar. Meus filhos, para entrarem em contato com esse país que tem uma história e cultura tão vivas!
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