Nara é jornalista e trabalhou boa parte da vida em Brasília, como analista legislativa no Senado. Hoje é aposentada e vive em Arraial d’Ajuda, no meio da galera alternativa. Uma mudança e tanto, até para alguém que sempre namorou a ideia de sair de tudo, de sair do sistema.
“Um dia fiquei viúva, os meninos cresceram e saíram de casa, por que continuar em Brasília? A vida toda, eu sempre gostei de sair da cidade nas férias. Eu dizia para os meus filhos que estava escolhendo o lugar onde eu iria me aposentar. Gostei demais daqui: é o sul da Bahia, né?”

No lugar do gabinete, uma casa ensolarada, sempre cheia de gente. No lugar das formalidades, o calor das amigas terapeutas holísticas. Nara se dá muito bem com todo mundo e está completamente imersa na vida local. Portas abertas, vida simples, mãos na terra, nem resquícios da vida passada.
É com esse espírito que Nara viaja.
“Não adianta você sair de São Paulo, se São Paulo não sai de dentro de você. É algo como andar de salto alto na terra. Por isso eu gosto das viagens da Donato, que propõem uma imersão na cultura local. Claro que eu quero toda a segurança e o conforto de um bom hotel, mas se eu escolho ir para o Laos, para o Vietnã, eu quero comer na feira, andar na rua no meio das pessoas, conhecer os restaurantes locais.”


Nara teve uma ótima experiência na Ásia. Ela ficou especialmente encantada com o Laos, um pequeno país agrícola, com sua gente acolhedora e respeitosa.
“As casas são simples, lembram as do interior da Bahia. Não tem luxo, mas parece não faltar nada. Porque tem fartura. Muita verdura, muita fruta e muita vida em família. Todo mundo planta e todo mundo come. E você vê as pessoas andando em suas bicicletinhas, sempre rindo.”

Nos pequenos povoados do interior, a vida acontece em outro ritmo e sem a pressão do consumo. Não deixam de ser capitalistas, pois vivem da venda do que produzem. Mas as famílias moram e trabalham no mesmo lugar. Não gastam com condução nem com moradia e todos se ajudam. As mulheres cuidam umas das outras. Todos ajudam a criar as crianças e a construir as casas. É o costume local.
Nara voltou do Laos encantada. E que ninguém se surpreenda se ela decidir morar uns meses por lá.