O QUE VOCÊ PRECISA SABER ANTES DE CONHECER A PATAGÔNIA

19.01.2018 em Destinos Internacionais.
Autor do post: Priscila Esteves, publicitária e colaboradora da Donato.

A Patagônia é uma terra de extremos, um dos locais mais remotos do planeta e onde a natureza pode ser vista de forma pura e intocada. Mesmo que relativamente perto do Brasil, a região não costuma ser o destino mais óbvio na América Latina e ainda desperta grande curiosidade nas pessoas sobre o que de fato esperar em uma viagem para lá.

Se você sonha em conhecer a Patagônia ou ficou intrigado com a ideia de alguém querer visitar esse lugar tão afastado, essa é a oportunidade de tirar o destino apenas do imaginário e entender o que existe de tão especial no “Fim do Mundo”.

Mas, afinal, onde fica a Patagônia?

O apelido de “Fim do Mundo” não foi dado à toa, já que a Patagônia delimita o extremo sul do continente e é o mais próximo que podemos chegar da Antártica em terra firme. Já sabemos onde ela termina, mas a região não se resume ao seu ponto mais austral e é maior do que se costuma pensar. Os 800 mil quilômetros quadrados de extensão não deixam mentir… A Patagônia é grandiosa por natureza.

Outra informação essencial é que ela não faz parte de um único país, mas é compartilhada pela Argentina e pelo Chile, com pontos interessantes em ambos. Na parte leste (argentina), é banhada pelo Atlântico enquanto na oeste (chilena) está à beira do Pacífico. De norte a sul é cortada pelos Andes e, como se não bastasse o cenário arrebatador das montanhas, ainda compreende lagos, campos fiordes e glaciares.

Parque Torres del Paine Chile Campos e parques nacionais na parte norte da Patagônia

Glaciares na Patagônia  Mais ao sul da Patagônia, estão fiordes e glaciares

Origem e importância

Explorar um lugar tão remoto só poderia significar uma grande aventura. Foi assim que o português Fernão de Magalhães, a pedido dos espanhóis, chegou à Patagônia em 1520 durante sua navegação ao redor do mundo. Nos anos seguintes, os europeus buscaram se adaptar ao clima gélido e assim adentraram o interior do continente para mapear o território.

Em meados de 1800, o biólogo inglês Charles Darwin fez na região a expedição HMS Beagle com fins científicos, de extrema importância para o desenvolvimento de suas teorias sobre a evolução e para a ciência. Foi nesse período que a natureza exuberante da Patagônia foi percebida. Na ocasião, uma cordilheira explorada por eles foi nomeada em homenagem a Darwin.

Cordilheiras Darwin na Patagônia  Cordilheiras Darwin levam o nome do biólogo

Se você ficou curioso quanto ao nome “Patagônia”, existem algumas teorias para explicar sua origem. Uma bem interessante tem relação com os primeiros habitantes dessa terra (os indígenas da tribo Tehuelche), que tinham estatura alta e pés enormes – assim apelidados pelos espanhóis de “patagones”.

Por terra ou por mar: a Patagônia merece ser explorada

De norte a sul, a Patagônia tem cenários inesquecíveis e passeios diferentes de tudo que você pode ter vivido. Por ser uma região muito extensa e envolta em grande parte por água, uma opção conveniente é incluir a navegação no itinerário. Além de ser a melhor forma de conhecer de perto pontos remotos da Patagônia e todas as formas de vida que lá existem.

No dois casos, alguns locais são imperdíveis em um roteiro para a Patagônia. Veja algumas dicas.

Por terra

No lado chileno, a cidadezinha de Punta Arenas costuma ser a porta de entrada para a Patagônia. Ela prova que essa imensidão gelada não significa apenas cenários brancos de neve, recebendo os visitantes com casinhas coloridas, acolhedoras e bem simpáticas. Outra opção é entrar pelo lado argentino na cidade de El Calafate, às margens dos lagos e também onde se encontra o glaciar Perito Moreno, que é símbolo da região.

Punta Arenas na Patagônia  Casinhas coloridas em Punta Arenas, no Chile

glaciar Perito Moreno em El Calafate  Em El Calafate, na Argentina, o glaciar Perito Moreno

Ainda no Chile, uma parada obrigatória é o Parque Nacional Torres del Paine. Cercado por natureza, o parque tem cenários tão lindos que nem parecem reais, como a cachoeira Salto Grande que conecta os lagos Nordenskjöld e Pehoé, de um azul turquesa intenso! Já na Argentina, Ushuaia é um dos pontos mais esperados da viagem e representa o fim da jornada ao mais extremo sul do continente.

Parque Nacional Torres del Paine Parque Nacional Torres del Paine, no Chile

 Cachoeira Salto Grande Cachoeira Salto Grande

Lago Pehoé na Patagônia  Azul turquesa do Lago Pehoé

Ushuaia Fim do Mundo Cidade argentina de Ushuaia

 No extremo sul, Ushuaia é considerada o “fim do mundo”

Por mar 

Para um roteiro completo pela Patagônia, o ideal é aliar percursos em terra com um cruzeiro. Na Donato, optamos pelo navio Ventus Australis (que você pode conhecer aqui), o mais novo da companhia e especialmente projetado para navegar pelos canais mais estreitos e onde nenhum outro consegue chegar.

cruzeiro Patagônia Ventus Australis Navio Ventus, o mais novo da companhia Australis

cruzeiro Patagônia Ventus Australis Vista a partir do Ventus Australis

A bordo, as opções de passeios são diárias e a riqueza natural é vista a todo momento, seja pelas janelas do navio ou nas explorações feitas em barcos menores. Iniciando pelo Estreito de Magalhães e seguindo para o Canal de Beagle, o encontro dos oceanos Atlântico e Pacífico traz a emoção dos primeiros exploradores ao darem uma volta ao mundo. A navegação ruma para as ilhas cada vez mais ao sul, na chamada “Terra do Fogo”.

No caminho, está o Parque Nacional Alberto de Agostini e a Cordilheira Darwin, onde os glaciares são magníficos e cercam a vida dessa parte gélida do planeta, como leões marinhos, orcas, castores e cormorões (as aves típicas da região). Nas ilhas Tucker, está a chance de se encantar com os pinguins de Magalhães, exclusivos do hemisfério sul.

Parque Nacional Alberto de Agostini Glaciar no Parque Nacional Alberto de Agostini

Pinguim no estreito de Magalhães  Pinguim em ilha no Estreito de Magalhães

Vida marinha na Patagônia  Vida marinha que surpreende em passeios de barco

cormorões leões marinhos patagônia  Cormorões e leões marinhos na Patagônia

Passando pela Avenida dos Glaciares, é impossível não se sentir pequeno perto da magnitude que é natureza na Patagônia. A expectativa é grande ao chegar no Parque Nacional Cabo de Hornos, que é Reserva da Biosfera pela UNESCO e um refúgio da flora e fauna nativas. Toda jornada vale a pena quando chegamos no Monumento al Albatros, que sinaliza estarmos no extremo desse planeta, que é diverso, maravilhoso e surpreendente!

Monumento al Albatros no Parque Nacional Cabo de Hornos Monumento al Albatros no Parque Nacional Cabo de Hornos

Parque Nacional Cabo de Hornos Parque Nacional Cabo de Hornos

Em toda sua extensão, a Patagônia é uma sucessão de cenários grandiosos e – para a admiração de muitos – cheia de vida! Como disse Darwin ao visitar a região em 1933: “É pouco provável imaginar algo mais belo que estes lugares.” As fotografias são provas disso, mas para sentir a magnitude da Patagônia é preciso se inspirar nos grandes exploradores e embarcar nessa jornada única e enriquecedora!

+ Nosso grupo passado para a Patagônia, que aconteceu em outubro de 2018

 

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