O VELHO E O NOVO: SABORES DE UM BOM WHISKY

11.12.2019 em Cultura.
Autor do post: Lila Guimarães, jornalista e colaboradora da Donato.

Especialistas dizem que o whisky tradicional deve ter idade mínima de 3 anos, mas é a partir de 8, envelhecendo em barril de carvalho, que a bebida ganha respeito e sabor mais sofisticado. Em um blended, o whisky mais novo da mistura é o que determina a idade no rótulo. Além da questão do tempo, há outros fatores que fazem com que um whisky seja especial: sua origem, sua cor, a qualidade ou o tipo de barril. Enfim, em torno do whisky há muita História e um mundo de conhecimentos que às vezes nos escapa entre um gole e outro.

Mais do que uma ciência, degustar um bom whisky é um encontro único com sabores de terras distantes e com a tradição escocesa (ou irlandesa, ainda não há certeza sobre o berço da bebida), hoje, traduzida em muitos outros rótulos produzidos no mundo inteiro. Socialmente, isso tudo se eleva a uma experiência ainda mais significativa. Quem aprecia as sutilezas, os aromas em suas mais diversas intensidades no whisky, também gosta de trocar impressões e se aprofundar no assunto.

Essas conversas entre paladares, um terreno subjetivo vasto de memória e espaço para novas sensações, é um prazer sem fim. Para leigos ou conhecedores, nunca é demais dar uma olhada nas tendências que movimentam o mercado do whisky. Por isso, conversamos com o mixologista Alê D’Agostino, dono do charmoso e conceituado bar de drinks Apothek. em São Paulo, e considerado o melhor bartender pelo guia Comer e Beber da Veja, em 2018.

ol Fashion whisky escócia

Alê gosta do destilado e acredita que o whisky pode ser mais do que uma bebida para ocasiões pontuais. Aliás, as atualizações no modo de produção até mesmo dos famosos escoceses, os scotchs, estão acontecendo justamente para que a bebida tenha mais versatilidade e apelo comercial. Apesar do escocês e do irlandês serem grandes referências de sabor e qualidade, os japoneses nos últimos anos ganharam destaque internacional, conquistando um público cada vez maior. Segundo Alê, a maior preocupação do produtor não é mais o tempo de envelhecimento no barril de carvalho. Hoje, existe uma atenção voltada para o próprio barril e o sabor que ele pode dar à bebida. Nos processos de aromatização entram os barris antigos já usados na fabricação de outras bebidas como o Vinho do Porto, por exemplo. Embalagens também vivem essa nova fase de modernização do whisky. A marca de single malt escocês, Macallan, está nesse momento, apostando em diferentes colorações como o Ruby e o Âmbar. O Macallan Ruby, sem idade definida, foi envelhecido em barris de xerez.* Muita novidade está por vir, bom para os paladares atentos!

E já que a ideia é abrir um outro olhar para a bebida, pedimos ao mixologista uma boa ideia de drink com whisky. Para isso, ele recomenda o bourbon americano, feito de milho e que geralmente é mais usado na coquetelaria por ser mais leve do que o escocês. Para misturar com o bourbon, Alê lembra de um clássico, o Old Fashioned, que leva gelo, açúcar, bíter e casca de laranja para finalizar. Para quem não abre mão do scotch, o Highball, pode ser uma ótima pedida, é só adicionar à bebida um pouco de água com gás. Há ainda outros drinks com whisky com tônica, xarope ou outros ingredientes para todos os gostos.

O whisky, palavra de origem Celta que significa água da vida pode ser forte demais para alguns e perfeita, na medida, para outros. Puro, com gelo ou água, em drinks ou como for, ele ainda é sinônimo de maturidade e apuro. Uma bebida para ser apreciada com calma e em boa companhia. Degustem com moderação e apreço!

Também sugerimos a leitura do livro O Mundo do Whisky na Dose Certa, do Milton Pires, um manual para iniciantes e conhecedores e o blog O Cão Engarrafado, escrito por Maurício Porto, que depois de uma viagem à Escócia, tendo visitado diversas destilarias, se apaixonou definitivamente pela bebida. Hoje, ele escreve resenhas sobre os rótulos que conhece, novidades e orientações para que a experiência com um whisky seja a mais proveitosa. Outro detalhe interessante do blog é que lá é possível encontrar informações precisas sobre os tipos específicos do whisky, principalmente, o escocês, o irlandês, o japonês e o americano.

*Segundo Maurício Porto, do blog O Cão Engarrafado, “A justificativa para o no-age-statement da Macallan é que escolhendo barris por suas características e coloração, e não simplesmente pela idade, seria possível criar um produto que fosse tão bom quanto aquele com idade definida, sem ter de passar tanto tempo dentro de um barril.”

Conheça nosso roteiro para Irlanda e Escócia

Fotos: Mathew Schwartz e Marc Babin, ambas no Unsplash

 

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