Embarcar em uma viagem à China é descobrir um país que une memória e continuidade. Arquitetura que evoca antigas dinastias, rituais preservados e gestos cotidianos revelam uma sabedoria que atravessa gerações. Ainda mais, é sentir como a ligação com os antepassados continua presente — seja na arte da escrita ou nos sabores que unem pessoas e história em um mesmo lugar.

Shūfǎ: caligrafia tradicional chinesa praticada com pincel e tinta
 Caligrafia tradicional chinesa, praticada com pincel e tinta: Shūfǎ significa o caminho (regra ou lei) da escrita

Características culturais e curiosidades da China

Os chineses têm uma forte conexão com suas raízes, e isso se reflete no cotidiano. Em muitas casas, o dia ainda começa com o acender de incensos no altar ancestral — não por superstição, mas como gesto de respeito e continuidade familiar. Cerimônias simples, como oferecer chá ou dedicar alguns minutos de silêncio antes das refeições, lembram que gratidão também é rito.

Chinês acende incenso em um altar em homanagem a seus antepassados
Prestar homenagens aos que se foram é um importante componente da cultura chinesa

Pequim: o legado imperial e a construção de uma potência moderna

Pequim é memória esculpida em pedra e madeira. Ao caminhar pela Cidade Proibida, compreendemos a escala monumental do antigo império chinês. Afinal, são séculos de história guardados em portões vermelhos, telhados dourados e salões que parecem não ter fim.

Cidade Proibida em Pequim, a antiga residência imperial do século XV
Cidade Proibida em Pequim com templos vermelhos da antigas dinastias Ming e Qing
Cidade Proibida em Pequim, a antiga residência imperial do século XV, compreende quase mil edifícios

No entanto, basta seguir pelas largas avenidas para perceber outro ritmo: cafés criativos ocupam antigos hutongs (becos tradicionais), jovens circulam de bicicleta em espaços de arquitetura moderna e o bairro artístico 798 mostra que a vanguarda também encontrou morada em Pequim.

Edifícios no estilo Bauhaus na 798 Art Zone, projetados por arquitetos da Alemanha Oriental na década de 1950
 Edifícios no estilo Bauhaus na 798 Art Zone, projetados por arquitetos da Alemanha Oriental na década de 1950

É fácil perceber como a cidade mantém raízes profundas, ao mesmo tempo em que aprende novas linguagens para dialogar com o futuro. Aqui, tradição e reinvenção caminham lado a lado — com naturalidade, não como antagonistas.

Xi’an: a história viva dos Guerreiros de Terracota

Em Xi’an, a história parece ter corpo. No sítio arqueológico dos Guerreiros de Terracota, oito mil soldados de argila guardam silenciosamente o túmulo do imperador Qin Shi Huang.

São figuras em tamanho real, cada uma com feições únicas, como se carregassem personalidades distintas. O impacto está na grandiosidade da obra, mas também na sensação de estar diante de algo que atravessou mais de dois milênios para testemunhar a passagem humana pelo tempo.

Exército de terracota enterrado há mais de 2.200 anos, com mais de 8 mil esculturas, cada soldado tem uma feição única
Exército de terracota que protegem o primeiro imperador da China, Qin Shi Huang, após sua morte
Exército de terracota, enterrado há mais de 2.200 anos – cada guerreiro usa roupas e armas de acordo com sua patente

Shanghai e Hong Kong: o ritmo da vanguarda e as tradições urbanas

Em Shanghai, o olhar se divide entre pontes históricas e arranha-céus que parecem tocar as nuvens. A cidade pulsa com energia criativa, especialmente porque arquitetura contemporânea, design e moda convivem com jardins clássicos e templos silenciosos.

Veja também: China um território de contrastes

Torre Pérola Oriental, um cartão-postal de Shanghai na China
Torre de Shanghai, famosa por sua arquitetura futurista com 15 esferas e 468 metros de altura
Com 468 metros de altura, a Torre Pérola Oriental é uma torre televisiva, ponto turístico e cartão-postal de Shanghai

Hong Kong segue outra cadência: vertical, marítima, feita de becos iluminados por letreiros e mercados que ainda preservam sabores e gestos de seus ancestrais chineses. Apesar de cosmopolitas, ambas mantêm rituais que revelam a alma oriental: das oferendas que honram os antepassados às lanternas que enfeitam os mercados ao ar livre.

Horizonte de Hong Kong: um contraste entre arranha-céus e as embarcações dukling
Horizonte de Hong Kong: um contraste entre arranha-céus e as embarcações de juta chamadas dukling
Viagem à China no Temple Street Night Market, mercado noturno tradicional de Hong Kong
Temple Street Night Market, um dos mercado noturnos mais famosos da cidade

Viagem à China através da culinária: sabores e símbolos

A gastronomia chinesa é diversidade culinária e também linguagem cultural. Na mesa, tudo é compartilhado, uma vez que o ato de comer está ligado ao convívio. E o mais interessante: os pratos podem ter símbolos variados, como prosperidade, longevidade ou sorte.

noodles fritos, um clássico da culinária chinesa
Preparos com noodles – na China, o comprimento do macarrão pode ser associado à vida longa

No norte, prevalecem massas e temperos mais robustos; no sul, cozidos suaves e peixes frescos; e frequentemente a pimenta conduz a experiência com intensidade. Comer aqui é entrar em diálogo com a história. Por isso, cada refeição tem significado. Até o simples chá revela uma filosofia: antes de saciar, ele convida à pausa.

Baozi ou bao – pão recheado de carne ou legumes e cozido no vapor, um clássico da culinária chinesa
Baozi ou bao – pão cozido no vapor, um prato afetivo para muitos chineses
Família praticando Gong Fu Cha, a cerimônia do chá chinesa, com mãe e filha
Gongfu Cha – o método tradicional de preparo e degustação de chá é usado em cerimônias e também no cotidiano, como um elo entre familiares e amigos

Guilin e o Rio Li: a poesia em forma de montanhas

Guilin é um lugar que parece ter nascido de um pincel. As montanhas em formato cárstico recortam o horizonte, enquanto barcos de bambu deslizam lentamente pelo Rio Li. O cenário é tão emblemático que aparece cédulas do Yuan e em clássicos da pintura chinesa. Navegar por ali é sentir que a paisagem conta histórias sem usar palavras.

Rio Li em Guilin, cercado por montanhas e paisagens verdejantes na zona rural da China
Rio Li na China, a paisagem que inspirou a nota de 20 yuans
Rio Li: a paisagem que inspirou a nota de 20 yuans e também fotografias de Don Hong-Oai

Conforme as primeiras luzes da manhã iluminam o rio, os pescadores de Guilin navegam com seus cormorões para o dia de trabalho. Há séculos, eles treinam as aves para mergulhar e capturar peixes com precisão, de tal forma que essa prática se tornou uma parceria silenciosa entre homem e natureza.

Pesca com cormorão, técnica ancestral usada nas áreas rurais da China
Pesca com cormorão, técnica antiga usada nas áreas rurais da China

A imensidão da Grande Muralha da China

Ao caminhar pela Grande Muralha, compreendemos outra dimensão da história. O caminho se estende pela crista das montanhas e, ao longe, desaparece no horizonte. Antes de tudo, a muralha é um símbolo de permanência. Um lugar onde a paisagem e a memória se encontram.

grande muralha da china com mais de 20.000 km de extensão em uma viagem à china
 A Grande Muralha: um ícone da engenharia militar com mais de 20.ooo km de extensão

Uma viagem à China revela que o mundo não cabe em rótulos simples porque cada paisagem contém camadas de história e alma. Em montanhas que parecem meditar ou em cidades que respiram futuro, nasce um convite raro: trocar pressa por profundidade e, sobretudo, aprender que viajar também é um gesto de escuta e respeito.

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