Uma das principais escolas de arquitetura e design do mundo, a Bauhaus completa seu centenário em 2019! Antes de visitarmos as cidades berço do movimento em um roteiro cultural pela Alemanha, começamos as comemorações aqui mesmo no Brasil. Na semana passada visitamos a exposição bauhaus imaginista: Aprendizados Recíprocos, sediada no Sesc Pompeia, em São Paulo. Acompanhados pela Professora de História da Arte Anamélia Bueno Buoro, tivemos uma manhã deliciosa e pudemos entender melhor a arte de um jeito leve, como em um bate-papo entre amigos.
Nossa visita à exposição no Sesc (vejam mais fotos aqui)
Já no blog da Donato, criamos uma série de posts sobre o tema para que possam conhecer melhor a história dessa escola e sua importância até hoje. Nessa segunda matéria, falamos sobre as cidades alemãs que foram lar da Bauhaus e a luta de seus idealizadores para manterem vivos os conceitos inovadores da escola.
Weimar
Em 1919, a Escola Bauhaus foi inaugurada pelo arquiteto Walter Gropius na cidade de Weimar, no leste da Alemanha. A instituição já nasceu com alma vanguardista em uma época em que o mundo enfrentava uma séria crise econômica pós Primeira Guerra. Seu princípio era nobre: unir os conhecimentos de diferentes áreas, como engenharia, arquitetura e artes plásticas, democratizando essas práticas e dando igual importância aos profissionais.
Para Gropius, não há diferença entre o artesão e o artista, entretanto, a base do “saber fazer” é indispensável para todo artista. Além disso, os objetos criados pela Bauhaus deveriam ser úteis, simples e de baixo custo para a produção industrial, podendo assim fazer parte dos lares alemães. Muitos itens de mobília projetados nesse período ultrapassaram décadas e podem ser considerados modernos quase um século depois — mas isso será tema de outro post da nossa série!
Dessau
Seis anos mais tarde, em 1925, a mudança no governo alemão obrigou a Bauhaus a transferir sua sede para Dessau, também na Alemanha. Mas a escola mantinha-se fiel aos seus ideais, incentivando os alunos a se libertarem dos preconceitos sobre o que era o “belo”, ensinados nos cursos primários, e a abrirem a mente para estilos inovadores. O espaço físico da escola ganhou um visual novo, projetado pelo fundador, Walter Gropius, e com o interior decorado pelos próprios estudantes. O edifício futurista, com esqueleto de concreto e extensas janelas de vidro, é de uma magnitude que encanta! Funciona como faculdade até hoje e, junto com o prédio da Bauhaus em Weimar, é considerado Patrimônio Mundial da Humanidade.
Escola Bauhaus em Dessau
Berlim
Com a ascensão do governo nazista, a Bauhaus enfrentou ainda mais perseguições por não seguir a ideologia do partido. Em 1932, a escola se mudou novamente, dessa vez para a capital alemã, e ganhou a direção do arquiteto alemão Mies van der Rohe, colega de Gropius. Grande nome da arquitetura, ele inspirou profissionais do mundo inteiro, entre eles, o brasileiro Oscar Niemeyer. Em Berlim, a Bauhaus teve pouco tempo para se estabelecer, sendo fechada pelos nazistas no ano seguinte.
Edifício projetado por Mies van der Rohe em Berlim
O visual defendido por Mies não foi bem aceito por não representar o espírito nacionalista alemão. Mas o último diretor da Bauhaus ganhou notoriedade do outro lado do oceano, quando — sem possibilidade de continuar a carreira na Alemanha — deixou sua pátria e foi recebido pelos Estados Unidos. Lá foi considerado pioneiro da arquitetura moderna, assim como tantos outros professores da Bauhaus encontraram espaço para expor livremente suas ideias longe de seu país de origem. Hoje, é inegável a influência que a estética da Bauhaus tem para o mundo ocidental como um todo. Por isso e muito mais, é tempo de comemorar o centenário dessa grande escola!
Centenário Bauhaus
Como parte das celebrações de 100 anos da Bauhaus, as cidades de Weimar e Dessau irão inaugurar dois novos museus em 2019. Já em Berlim, o projeto para homenagear a escola só ficará pronto em 2021 — mas a cidade promoverá inúmeros debates sobre o assunto, além de um festival envolvendo artes performativas, música e teatro. Ao redor do mundo, o centenário também já começou a ser comemorado!
Na América Latina, a exposição bauhaus imaginista: Aprendizados Recíprocos, sediada no Sesc Pompeia, reúne 30 artistas e 300 trabalhos, incluindo cerâmicas, têxteis, desenhos, utensílios populares, livros originais da biblioteca da Bauhaus e fotografias. Para representar a influência da escola nas Américas, ela estará presente em Berlim durante a grande exposição sobre as heranças da Bauhaus no mundo, juntamente com outras mostras de outros países sobre o tema.
Com breves 14 anos de existência, nenhuma barreira política, geográfica ou temporal foi capaz de extinguir a Bauhaus. Nem seus pensamentos modernistas e sua determinação para transformar o mundo em um lugar mais funcional, descomplicado e belo à sua própria maneira. A escola é prova de que quebrar paradigmas nunca é fácil, mas a recompensa é grande. Um século depois, seu legado para a humanidade ganha nova vida e a lembrança para uma comemoração sem precedentes. Viva!
Nossa segunda visita à exposição bauhaus imaginista: Aprendizados Recíprocos será no dia 27/11/18, com vagas limitadas. Para mais informações, entre em contato pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone (11) 3555-8000.
Aos interessados na viagem “Artes: Alemanha nos 100 anos de Bauhaus”, pedimos que nos avisem para entrarmos em contato assim que o roteiro for lançado.
+ Leia a primeira matéria da série: É TEMPO DE COMEMORAR O CENTENÁRIO BAUHAUS
Conheça nosso roteiro pela Alemanha nos 100 anos de Bauhaus, em setembro de 2019
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