O centenário da Bauhaus tem sido pauta por aqui e em muitos outros veículos pelo mundo. A escola alemã revolucionou o design para sempre, injetando funcionalidade e inteligência em projetos de arquitetura e influenciando fortemente o universo das artes visuais. Para quem quiser entrar mais no tema, recomendamos a leitura dos seguintes posts: É tempo de comemorar o centenário Bauhaus; Bauhaus, da Alemanha para o mundo; e Os grande nomes da Bauhaus. Nos textos anteriores passeamos pela história da escola, destacamos seus principais artistas e contamos sobre a mostra comemorativa que estava em cartaz até o início deste ano no SESC Pompeia, em São Paulo.
Hoje, falamos um pouco sobre a herança da escola aqui no Brasil, que tomou forma em obras e projetos emblemáticos da nossa arquitetura, como o plano-piloto de Brasília, uma cidade totalmente planejada com edifícios residenciais e públicos desenhados para abrigar uma cultura funcional, produtiva e promissora. Foi na década de 50 que o país então sentiu mais intensamente as influências da filosofia bauhausiana com sua proposta de modernizar a vida e o espaço público. Estávamos na Era Vargas, e a ideologia desenvolvimentista refletia nas novas construções.
Por isso, Oscar Niemeyer é um dos nomes mais ligados ao movimento da escola aqui no Brasil, embora tenha sido mais inspirado por outra vertente do modernismo, criada pelo arquiteto francês Le Corbusier. Mas, seja em Brasília ou em qualquer outra obra do genial Niemeyer, é possível perceber estruturas geométricas elementares e cores neutras que nos remetem ao mundo estético essencial inaugurado pela Bauhaus. Existem relatos, inclusive, que apontam discordâncias de pensamento entre o arquiteto brasileiro e o alemão Walter Gropius (um dos fundadores da escola). De fato, as construções únicas de Niemeyer não tinham como foco o conceito de reprodutibilidade que na Bauhaus era valorizado.
Lina Bo Bardi, arquiteta e urbanista ítalo-abrasileira (que, aliás, projetou o SESC Pompeia e o MASP, entre outros), também sentiu a onda da Bauhaus e sua importante contribuição para as mentes criativas. Em 1951, ao lado de Pietro Maria Bardi e Jacob Rutchi, ela fundou o Instituto de Arte Contemporânea (IAC), no Museu de Arte de São Paulo. O Instituto foi a primeira escola de desenho industrial do Brasil, e foi livremente influenciada pela Bauhaus.
Museu de Arte de São Paulo (MASP)
Nas artes plásticas, Lygia Pape, Lygia Clark, Hélio Oiticica, Ivan Serpa e Paulo Tavares acabaram flertando com a Bauhaus e assinando obras que denotam o potencial artístico daquele novo olhar sobre o mundo e suas formas possíveis. É preciso, então, estarmos atentos, pois a escola continua influenciando e está presente também na moda e em outras expressividades contemporâneas. E esse será o tema do nosso próximo post, nesta série de matérias em homenagem ao Centenário Bauhaus. Esperamos que possam acompanhar por aqui!
Leia sobre a nossa viagem pela Alemanha nos 100 anos de Bauhaus, em setembro de 2019
foto: Copyright Flickr/Michael Francis McCarthy
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