Uma grande motivação para conhecer um destino pode ser justamente o fato de ele não ser tão conhecido. Adicionar originalidade a um roteiro pela Europa é a premissa de uma pequena e surpreendente ilha chamada Malta.
Se você ainda não ouviu falar desse lugar, não é única pessoa a se surpreender com o que ele tem a oferecer. No Mar Mediterrâneo, a cerca de 90 km da costa italiana, Malta é um refúgio para os amantes de arte e cultura, mas também é ideal para quem busca cenários naturais maravilhosos.
Um passado de influências
O clima hoje tranquilo de Malta guarda um passado bastante agitado. Acredita-se que a região é habitada desde os tempos pré-históricos, tendo sofrido sucessivas invasões de diferentes povos por conta da sua localização estratégica no Mar Mediterrâneo. Cada um deles deixou suas influências, responsáveis por compor a rica cena cultural da ilha ao longo dos séculos.
Os fenícios trouxeram a escrita, o comércio e batizaram a ilha com um nome de grande significado: refúgio seguro. Foi exatamente essa a primeira função de Malta, um abrigo que reunia o intenso comércio da região em portos cercados por águas cristalinas. Depois disso, fez parte do Império Romano e também foi colonizada por árabes, franceses e ingleses. Caminhar pelas ruas de Malta é prova da influência árabe na arquitetura, que nos faz sentir um pouco do norte da África e do Oriente Médio.
Vista do porto de Valletta, em Malta
Construções em Malta lembram cidades do Oriente Médio e norte da África
A proximidade com a Itália traz costumes similares, como festivais animados e o amor pela boa culinária. Já os ingleses tem participação na história mais recente da ilha, que foi sua colônia durante 150 anos, e deixaram como legado em Malta a infraestrutura e ótimas escolas.
Aos aficionados por história, são muitos os assuntos para se aprofundar. E para os amantes de viagens, selecionamos alguns motivos preciosos do porquê Malta vale uma visita.
Pequena em extensão, rica em cultura
Na realidade, o que costumamos chamar de Malta é uma das três ilhas habitáveis que compõem o arquipélago, sendo essa a maior e onde grande parte da população se concentra. Juntando todas as suas ilhas, não passam de 316 km² em extensão. Mas o que falta em tamanho é compensado em atrativos, como templos magníficos, antigas fortalezas, fontes e museus.
É impressionante como o destino concentra tantos monumentos históricos em poucos quilômetros. Um exemplo é a capital, Valletta, que é considerada Patrimônio Mundial da UNESCO e onde podemos conhecer lugares importantes como a Catedral de São João (com quase 500 anos de história) e os maravilhosos Jardins Barrakka a uma curta caminhada entre um ponto e outro.
Catedral de São João, em Valletta
Em Valletta, os jardins Barrakka com vista para o mar
Essa é uma das vantagens de estar em um dos menores países da Europa, é fácil conhecer seus pontos principais sem precisar fazer trajetos exaustivos.
Sol o ano todo
A localização no Mediterrâneo é responsável por um clima que agrada bastante aos brasileiros. Mesmo no inverno, o frio não é tão intenso como em outras partes da Europa. O verão é bem quente, por isso, uma dica é evitar Malta nos meses de junho, julho e agosto, quando o calor atinge seu ápice e praticamente não há chuva. Esse período também é de alta temporada e a ilha fica mais cheia.
Meses como setembro e outubro são os mais recomendados para um clima ameno e ainda agradável para curtir o litoral. Aliado a isso, a ilha está mais vazia e é possível aproveitar as atrações com tranquilidade. De forma geral, Malta tem um céu azul e ensolarado o ano todo, raramente tem dias muito chuvosos ou nublados. Essa combinação é ótima para passeios ao ar livre, como para a reserva natural Dingli Cliffs (ponto mais alto da ilha com uma vista privilegiada), a cativante Gruta Azul e uma sucessão de praias lindas para mergulhar.
Litoral de Valletta em um dia ensolarado
Gruta Azul no Mar Mediterrâneo
Reserva natural Dingli Cliffs
Povo acolhedor e comunicativo
As influências de diversos povos resultaram em cidades cosmopolitas e habitantes com facilidade em se comunicar. Apesar da língua oficial ser o maltês (de origem árabe), por conta da colonização britânica cerca de 90% da população fala muito bem inglês, já o italiano é falado por dois terços da população e o francês também pode ser entendido na ilha. Os malteses estão acostumados a conviver com turistas de várias partes do mundo, então visitar o país tem a garantia de uma recepção de braços abertos!
Excelente gastronomia
A culinária de Malta é muito saborosa, especialmente para quem aprecia os pratos mediterrâneos. Peixes e mariscos são abundantes, além de molhos e sopas ricos em temperos. Com os italianos aprenderam receitas de massas e as adaptaram para os costumes locais, destaque para as lasanhas que costumam levar carne. Os malteses também adoram queijos e doces turcos, como pastéis e frutas típicas do Oriente. Refeições bem servidas e aperitivos gostosos não vão faltar em uma pausa pelas ruas de Malta!
Mediterrâneo fora das rotas tradicionais
O Mar Mediterrâneo é sinônimo de águas límpidas e belezas naturais preservadas, motivo pelo qual caiu no gosto de tantos viajantes. Alguns nomes saltam à memória quando pensamos em roteiros para a região, como a ilha da Sicília (no Sul da Itália) que também costuma receber viagens de foco cultural, por conta de seus monumentos históricos, e gastronômico – por motivos óbvios! As ilhas gregas, como Santorini e Mykonos, são outros destaques com praias de um visual verdadeiramente paradisíaco, assim como a badalada Ibiza na Espanha.
A lista de ilhas mediterrâneas é grande, mas, acredite, só existe uma como Malta. Com atrativos variados, é um destino completo e onde podemos encontrar um pouco de cada povo que por lá passou. Seja em seus pratos com combinações únicas, imenso patrimônio cultural e histórico, clima favorável ou povo hospitaleiro, esse pedacinho da Europa existe para nos surpreender!
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